Olá meninas,
já há bastante tempo que não vinha aqui ao blog, por preguiça, por desmotivação ou simplesmente por cansaço devido ao excesso de trabalho.
Ora bem, desde a última vez que escrevi no blog estava sozinha, sem marido nem filho aqui nesta terra fria. Mas no dia 31 de Março (domingo de Páscoa) regressei a Portugal para ir buscar o marido - chegámos os 2 dia 8 de Abril.
O meu pequenino ficou com os meus pais, mudámo-lo de creche a meio do ano lectivo e foi a melhor decisão que tomámos. O pequenino está numa creche mesmo em frente à casa dos meus pais, com uma equipa super dedicada, gente de eu conheço pessoal e profissionalmente, com uma nova equipa de intervenção Precoce (que trabalha duma forma totalmente diferente - bem melhor - muito mais interventiva na rotina do M.) e ele anda feliz. Se calhar bem mais feliz que os pais (eu e o P. andamos desgastados por o termos deixado lá).
O P. já começou a trabalhar - está também no mesmo restaurante que eu, mas na parte da cozinha. Aos 35 anos tem de aprender uma nova profissão e ainda por cima tem de se adaptar a uma série de gente nova (nova em idade e mentalidade) e adaptar-se a um país com uma língua totalmente diferente, sendo que o inglês dele é muito básico :( não está a ser nada fácil porque a formação deixa muito a desejar.
Se é isto que eu desejo para a minha vida? NÃO
Se esta é a situação ideal? NÃO
Se neste momento ainda me apetece ir viver para Portugal? SIM
Mas, a minha conta bancária já não se encontrava em situação tão positiva há uns bons 10 anos. Consigo pagar tudo e ainda ter saldo positivo na conta. Nunca demorei tão pouco tempo a ir para o trabalho e a regressar a casa (20min.). E por incrível que pareça ando de bicicleta em vez de autocarro - vamos às compras de bicla vou para o trabalho de bicla, esteja sol ou chuva (ai, esta 5ª feira choveu tanto e fez tanto vento).
Aliás, esta terra não pára só porque chove, aqui os habitantes continuam a usar a bicla, ou a fazer os seus passeios, ou o seu jogging só porque está frio ou porque chove ou caiem uns flocos de neve.
A rotina torna-se mais fácil com o meu marido aqui, mas quando começo a pensar em demasiado dou por mim a fazer as seguintes perguntas:
-Quando vou conseguir alugar uma casa aqui para trazer o meu pequenino e conseguirmos ser uma família, sabendo que pedem sempre 2 a 3 meses de caução e sabendo que têm grandes reticências em alugar a estrangeiros?
-Quando tiver aqui o meu pequenino, será que ele se vai adaptar a uma nova realidade, a uma nova língua, sabendo que ele tem que ter terapia de fala e que ninguém aqui fala português nas creches?
-Será que vamos conseguir dar-lhe a educação que queremos, será que as escolas são boas?
-Será que estando os 2 a trabalhar por turnos, vamos conseguir pagar a uma babysitter para ficar com o M. quando estamos a fazer o fecho do restaurante?
Nestas incertezas todas só sei que não quero fazer isto o resto da minha vida, mas começo a pensar que aos 35 anos de idade estou a ficar velha para mudar a minha vida toda e ainda penso que deveria estar louca quando pensei em vir para cá.
Que ninguém pense que é fácil, que mudar de vida é piece of cake, ou canja de galinha, porque não é.
Beijos grandes a todas.
Não consigo apaziguar as tuas dúvidas, mas desejo que vos corra tudo pelo melhor!
ResponderEliminarO que vos posso dizer e desejar é muita força e coragem, e que tudo corra bem!
ResponderEliminar***
Percebo exatamante as tuas duvidas... tb eu saí de Portugal e estou sozinha... deixei o meu filho com os meus pais, as saudades são imensas e tudo o que quero é estar junto dele.. beijinhos e força
ResponderEliminarQuando falam desta nova onda de emigração por causa da crise, lembro-me muitas vezes de ti, da tua coragem e força, porque apesar de não te conhecer, é assim que te "vejo". Essas dúvidas todas são compreensíveis, mas acho que só o tempo trará as respostas, e quero acreditar que sim, que vão conseguir. e é o que vos desejo, que vos corra tudo bem!
ResponderEliminarBeijos/ A Mãe
Eu penso muitas vezes nisso mas acredito que seja muito duro, por isso acho que só darei o passo se tiver mesmo que ser. Coragem e vai "aparecendo" Beijinhossss
ResponderEliminarOlha esta menina voltou aqui! Que saudades já tinha e que bom é saber de ti.
ResponderEliminarSe não queres esse lugar para a tua vida, tem cuidado com o tempo que poderás ter o menino aí convosco. É que se ele cresce aí depois não vai querer voltar e ficarás para sempre dividida entre o cá e o lá. Boa sorte e que sejas feliz.
Olá Tania, muita força para a vida aí. Pelo menos estás ao lado do homem que amas e isso é já é muito bom. Beijinhos
ResponderEliminarEssas dúvidas são compreensíveis. Muita força. Não deve ser fácil, mas para quem tem filhos é bem mais complicado. Mas acredite que as crianças têm uma capacidade extraordinária de adaptação. A minha mãe diz que eu e o meu irmão sempre nos adaptamos, mesmo às línguas estrangeiras, onde os meus pais tinham de morar por motivos profissionais. Quem sabe o seu filhote não desenvolve mais rápido aí.
ResponderEliminarQue tudo corra da melhor forma para vocês e em breve possas ter o teu rebento junto de vocês.
ResponderEliminarBeijinhos e boa sorte
Olá!
ResponderEliminarEu também fui para fora com o meu marido...estamos na Holanda, com o nosso filho de 2 anos (que em 2 meses já diz palavras em holandes) e ainda que no nosso caso estejamos com boas condiçoes aqui (somos ambos de ciencias, e aqui os empregos sao bons) custa imenso!!! E todos os dias acordamos com um aperto...mesmo sendo opçao nossa ser emigrante é muito dificil! Mas também é precisa muita coragem para mudar a nossa vida e mudar quando é preciso...pq é mais fácil queixarmo-nos, muito mais fácil! Mas daqui a uns tempos vai olhar para trás e pensar que fizeram bem e que foi uma fase que tinha de ser feita! Muita força!!!!
Têm que fazer a pergunta:"estou aqui para sobreviver ou para viver?"
ResponderEliminarMuita força e tudo de bom!
Beijinhos